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Mais imposto para bebidas açucaradas e menos gastos com a saúde




Com que frequência você consome refrigerantes, sucos industrializados e outras bebidas adoçadas artificialmente? A presença desse tipo de alimento no dia a dia pode refletir em quadros de obesidade e outras condições crônicas de saúde, como diabetes e hipertensão, ainda na infância e na adolescência. 


Um estudo divulgado pela Agência Bori mostrou que o aumento dos impostos sobre os refrigerantes e outras bebidas açucaradas em 30% ajudaria a reduzir os custos com a saúde em R$81 bilhões, em dez anos. Ao aumentar o preço desses produtos, o consumo deles seria desencorajado, reduzindo também os custos com exames e tratamentos nos sistemas de saúde. Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma taxação de 20% desses produtos.


As informações foram publicadas na revista científica “PLOS Medicine”, em artigo escrito por pesquisadoras das universidades de São Paulo (USP) e estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com instituições internacionais. 


Consumo alto desde a primeira infância


Em 2023, um outro estudo realizado por pesquisadores brasileiros e citado aqui no blog já havia alertado que o consumo de bebidas adoçadas, como refrigerantes e sucos industrializados, aumentaria em até quatro vezes as chances de desenvolver diabetes.


O Panorama da Obesidade em Crianças e Adolescentes, plataforma criada pelo Instituto Desiderata com base no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), aponta que o consumo de bebidas açucaradas é elevado já a partir da infância. Na faixa etária de 6 meses a 2 anos de idade, 22% das crianças haviam consumido bebidas adoçadas na véspera do levantamento dos dados, neste ano de 2024. Nas faixas etárias seguintes, de 2 a 19 anos de idade, mais de 60% das crianças e adolescentes consumiram bebidas adoçadas no mesmo período.   

                                           

É importante ressaltar que o Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda evitar o consumo de ultraprocessados (como bebidas açucaradas) e priorizar alimentos in natura ou minimamente processados. Para crianças menores de 2 anos, não deve ser oferecido açúcar. 


Uma questão de política pública


No final do mês de junho, o Instituto Desiderata assinou, junto com outras organizações e especialistas que defendem uma alimentação adequada e saudável, uma nota pública defendendo o imposto seletivo para refrigerantes. Iniciativa da ACT Promoção da Saúde, o texto alerta também para os riscos que essas bebidas apresentam à saúde e para a pressão realizada pela indústria de refrigerantes.


O imposto seletivo é uma proposta dentro da Reforma Tributária, que vem sendo discutida no Congresso e no Senado Federal, e aumenta a taxação de produtos que comprovadamente fazem mal à saúde. Por outro lado, produtos da cesta básica seriam isentos de taxação.


Falar de alimentação também é falar de políticas públicas. Países que adotaram esse tipo de Reforma Tributária observaram uma redução da presença de açúcares nas fórmulas de diversos produtos, além da diminuição no consumo, devido ao aumento do preço. No Reino Unido, por exemplo, houve a implementação de uma taxa que aumentou o preço das bebidas açucaradas no ano de 2018. Um ano após a medida, o consumo de açúcar entre crianças caiu 4,8 gramas por dia e, entre os adultos, reduziu em 10,9 gramas diários. A informação foi divulgada recentemente  na revista científica Journal of Epidemiology and Community Health


 Refrigerantes x eventos esportivos


Grandes empresas fabricantes de refrigerantes costumam apoiar de forma recorrente eventos esportivos e, neste ano de 2024, mais uma vez, a Coca-Cola entra como patrocinadora dos Jogos Olímpicos de Paris.


Por isso, dezenas de organizações do mundo estão fazendo parte da campanha “Ei, Big Refri!”, que tem o objetivo de conscientizar e pressionar o Comitê Olímpico Internacional, os Comitês Olímpicos Nacionais e os ministérios da Saúde e do Esporte de diversos países para que se comprometam com parcerias alinhadas aos valores olímpicos. Os materiais da campanha alertam para os riscos que bebidas açucaradas trazem à saúde e para os prejuízos ambientais provocados pelas indústrias.

O Instituto Desiderata é parceiro da iniciativa. Para saber mais e assinar a petição da campanha, clique aqui.





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