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Pandemia agravou indicadores de alimentação, educação e mortalidade na primeira infância

Houve aumento da desnutrição, queda nas matrículas e piora na mortalidade materna


A pandemia do covid-19 trouxe impactos profundos na vida das crianças que estão na primeira infância, com uma piora nos indicadores de segurança alimentar e nutricional, queda nas matrículas em creches e escolas, e aumento da mortalidade materna entre as famílias mais pobres. É o que revela o estudo “Desigualdades e impactos da covid-19 na atenção à primeira infância”, da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, em parceria com o Itaú Social e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).


O número de crianças muito abaixo do peso ideal aumentou 54,5% entre março de 2020 e novembro de 2021 (de 1,1% para 1,7%). Este índice corresponde a cerca de 324 mil crianças de 0 a 5 anos incompletos.


Os dados mostram ainda que a inflação atingiu com mais força a alimentação das famílias com crianças de até 6 anos, com um aumento de 63% da cesta de alimentos entre março de 2020 e dezembro de 2021. Na população geral, este percentual foi de 54% de alta no mesmo período.


Entre 2019 a 2021, houve diminuição de quase 338 mil matrículas nas creches. O mesmo foi observado na pré-escola, etapa obrigatória, com queda de 83,7% nos indicadores de matrículas em 2021.


O período pandêmico também aumentou a mortalidade materna em 89,3% em todo o país, desde 2019 – 53,4% desses óbitos foram por infecção da covid. As mulheres pretas apresentaram a maior Razão de Mortalidade Materna (RMM), cálculo feito a partir do número de óbitos a cada 100 mil habitantes.


Entre mulheres negras, a razão foi de 194,3 óbitos por 100 mil nascidos vivos em 2021. Entre as mães indígenas, essa proporção foi de 140,2 mortes. Ambas superiores à taxa de mortalidade materna verificada entre as mães brancas, com 123,2 mortes por 100 mil nascimentos.


“Diferentes pesquisas apontam potenciais impactos negativos da pandemia na vida da população. A novidade desta publicação é a localização e visibilização da criança pequena nesse contexto. Os dados e análises específicas das gestantes, crianças de 0 a 6 anos e suas famílias mostram esses efeitos e escancaram desigualdades de cor/raça, nível socioeconômico e regionais na atenção à primeira infância”, avalia Marina Fragata Chicaro, diretora de Conhecimento Aplicado da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.


A pesquisa avaliou um portfólio de estudos, em escala nacional, sobre saúde, educação e aspectos socioeconômicos a partir dos dados dos ministérios da Saúde e Educação, o IBGE e a Pnad Contínua. Houve ainda um levantamento de dados primários qualitativo e quantitativo efetuado entre fevereiro e abril de 2022 pela consultoria Plano CDE.


Foram aplicados questionários e entrevistas com gestores públicos e profissionais de secretarias de Saúde, Educação e Assistência Social em municípios das cinco regiões do Brasil para compreender os efeitos, desafios e oportunidades na atenção ofertada à primeira infância no período pandêmico.


O levantamento permite que o gestor público tenha um diagnóstico que ajude a priorizar e planejar as políticas públicas com o compromisso de minimizar os danos, restabelecer direitos e prioridades para essa população. “De posse desse conhecimento, é possível enfrentar estrategicamente os desafios, a fim de superá-los com a urgência e a prioridade absoluta que a primeira infância requer e que está preconizada no nosso ordenamento legal”.


O estudo completo está disponível aqui


Fonte: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal


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