Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP, em parceria com a Universidade do Porto, em Portugal, desenvolveram uma nova referência de crescimento de altura para a idade, baseada em dados longitudinais de populações de oito países e duas cidades. Batizada de MULT (multiétnico), pode ser uma nova opção para avaliar o estado nutricional de crianças e adolescentes de 0 a 20 anos.
Os resultados do trabalho, intitulado "A new height-for-age growth reference and its efficiency in the classification of the nutrition status of multiethnic children and adolescents", foram comparados com duas referências já adotadas na prática clínica, propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos.
As curvas de altura para idade são consideradas o melhor indicador geral de bem-estar da criança, além de ser uma ferramenta para detectar riscos nutricionais. Alguns países alegam que as referências internacionais não são as mais adequadas para aplicação em seus países.
Organizações como o CDC e a OMS propuseram referências de crescimento de altura para a idade para serem usadas em todo o mundo. Os gráficos do CDC foram desenvolvidos na década de 2000, com base apenas na população dos Estados Unidos e usando cinco pesquisas nacionais realizadas entre os anos de 1963 e 1964.
A curva MULT apresentou uma população mais alta, ou seja, meninos com maior estatura entre as idades de 5 a 14 anos e 16,5 a 20 anos, e meninas com o mesmo perfil entre as idades de 5 a 12 anos e de 15 a 20 anos, quando comparados às curvas de crescimento da OMS e do CDC.
“Isso indica que houve tendência secular de crescimento, que é qualquer mudança de tamanho corporal em determinado grupo populacional em longos períodos de tempo”, explica Mariane Helen de Oliveira, nutricionista e primeira autora do estudo. “Além disso, a pesquisa demonstrou uma maior concordância com a referência de crescimento da OMS, especialmente para crianças menores de 5 anos.”
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