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Cobertura do estado nutricional de crianças e adolescentes volta aos níveis de 2008 na pandemia

Sisvan foi afetado pela redução das ações de saúde no Brasil durante a pandemia de Covid-19, conclui estudo.


A pandemia de Covid-19 fez com que a principal ferramenta de informações sobre o estado nutricional e hábitos alimentares da população parasse de crescer, retrocedendo aos patamares de 2008. Foi o que concluiu um estudo do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde da Universidade de São Paulo publicado no periódico Cadernos de Saúde Pública.


Essencial nas políticas públicas e nas ações estratégicas induzidas pelo Ministério da Saúde junto a estados e municípios, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) ocupa um papel central também na Política Nacional de Alimentação e Nutrição para que gestores públicos analisem as condições nutricionais da população brasileira.


Uma expansão significativa na coleta e consolidação dos dados observada na década anterior foi interrompida: a cobertura foi reduzida para todas as faixas etárias e regiões, o que pode ter consequências para o acompanhamento do estado de saúde de crianças e adolescentes, especialmente os mais vulneráveis.


Crianças e adolescentes têm suas informações carregadas no sistema pelos gestores da Atenção Primária à Saúde, com base nas coletas feitas pelas equipes em atendimentos de rotina, no cumprimento das condicionalidades do Programa Bolsa Família (substituído pelo Auxílio Brasil em dezembro de 2021 e retomado com o nome original pelo atual governo) ou em ações do Programa Saúde na Escola (PSE).


Nordeste teve cobertura reduzida pela metade


A coleta de dados foi reduzida significativamente para todas as faixas etárias e regiões durante os primeiros anos de pandemia de Covid-19. Na Região Nordeste, por exemplo, a queda na cobertura foi de aproximadamente 50%. Naquela região, a cobertura dos dados de crianças de 0 a 4 anos era próxima a 50% antes da pandemia, e caiu para 25% no ano de 2020. “Essa queda marcada durante o primeiro ano da pandemia é condizente com uma disrupção generalizada das ações de atenção à saúde no país no período”, explicam os autores do estudo.


Em 2020, o Sistema Único de Saúde teve queda de 42,5% em consultas médicas, entre outros indicadores de atendimento, todos com recuo significativo durante o período de isolamento social imposto pelas medidas sanitárias. A suspensão de aulas presenciais também impediu ações de coleta de medidas antropométricas de crianças em idade escolar no marco do PSE.


A identificação da situação alimentar e nutricional é um importante instrumento para o monitoramento da realização do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e da promoção da soberania e da segurança alimentar e nutricional.


Isso ocorre porque a análise de indicadores de saúde e nutrição permite aos gestores

públicos e às instâncias de controle social e de participação da sociedade civil analisar a

situação e construir uma agenda de políticas públicas coerentes com as necessidades da

população.


O cenário epidemiológico brasileiro apresenta a coexistência de sobrepeso e obesidade, desnutrição e carências de micronutrientes. O acompanhamento do estado nutricional e das práticas alimentares de forma constante e sistemática, possibilita o planejamento e o desenvolvimento de políticas focadas na melhoria do perfil epidemiológico e de saúde da população. Da mesma forma, o monitoramento dos condicionantes de saúde permite a identificação das principais necessidades e a elaboração de planos de ação com objetivos claros e metas determinadas.


Os resultados completos obtidos no estudo podem ser acessados neste link.


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