Um relatório elaborado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mapeou desafios e estratégias dos produtores de alimentos agroecológicos, orgânicos ou da agricultura familiar durante os primeiros meses da pandemia de Covid-19 no Brasil.
Foram avaliadas 342 iniciativas em todo o território nacional, entre coletivos e associações, e produtores individuais. O fechamento de escolas como feiras livres e lojas, durante a pandemia impactou diretamente esses agricultores e agricultoras.
O estudo considerou iniciativas que priorizaram os circuitos curtos e alternativos de abastecimento durante o período de isolamento social.
As regiões Sudeste e Sul do país concentraram a maior parte das iniciativas registradas, seguidas por Centro-Oeste. Os principais itens comercializados foram alimentos in natura e os minimamente processados, como hortaliças, frutas, ervas, temperos, leguminosas e Plantas Alimentícias Não Convencionais, as PANCs.
O material é fruto da plataforma Comida de Verdade, lançada pelo Idec em parceria com ONGs, associações e institutos de pesquisa. O projeto foi criado para apoiar o acesso a alimentos saudáveis e sustentáveis, e divulgar os produtores que mantiveram a comercialização desses alimentos durante a pandemia.
A maioria dos entrevistados (70%) relatou ter enfrentado dificuldades para a venda de seus produtos devido ao fechamento de feiras e canais alternativos de abastecimento, bem como devido à interrupção da aquisição de produtos por programas de alimentação como o Programa Nacional de Alimentação Escolar, o Pnae.
Ao listar as principais dificuldades e demandas dos produtores, e o comportamento do consumidor, o relatório traz informações importantes para gestores municipais que queiram incentivar a agricultura familiar e ecológica, e o consumo de alimentos saudáveis.